Na Globo, Sítio ganhou adaptações respeitando a obra de Lobato
Na primeira versão do Sítio do Pica-pau Amarelo para a TV Globo, os autores tiveram toda uma preocupação em respeitar a obra de Monteiro Lobato, procurando aproximar o programa da realidade e da linguagem da época, sem esquecer as diferenças entre o Brasil de 1977 e o da década de 1930.
Era preciso manter o aspecto rural, sem esquecer a grande parcela da população infantil das cidades grandes, para quem a informação sobre o meio urbano também era importante, e assim o personagem Pedrinho, por exemplo, se tornou a ligação do sítio com a cidade.
Numa clara demonstração de preocupação com a atualidade dos episódios, o diretor Geraldo Casé, contou anos mais tarde, para os registros da memória TV Globo, que colocou um aparelho de televisão na sala da Dona Benta, embora nem sempre estivesse ligado. Mesmo com as intervenções, o programa procurou ser atemporal. Houve ainda a preocupação de não urbanizar demais a parte rural, para que não se perdesse o contraste de uma criança que sai do centro urbano e vai para um sítio.
Em entrevistas na época da estreia do programa, Wilson Rocha, um dos redatores, falou sobre a tentativa de recuperar palavras e expressões favoritas de Monteiro Lobato. Para isso, a produção do programa contou com o apoio de uma equipe especializada em linguística, ciência, educação, psicologia, pesquisa e sociologia, e a seleção do conteúdo de cada capítulo era feita pelos autores e pelo grupo de apoio pedagógico.