Vocês sabem como nasceu a primeira adaptação do Sítio do Pica-Pau Amarelo para a televisão? Não? Clica no link e vem comigo!
O casal Júlio Gouveia e Tatiana Belinky, conheceu e desenvolveu uma relação de amizade com Monteiro Lobato, em meados dos anos 1940, período em que Júlio escrevia críticas literária e de artes.
Alguns anos mais tarde o casal desenvolveu um programa de peças de “teatro infantil”, patrocinado pela prefeitura São Paulo, que deu origem ao TESP – Teatro Escola de São Paulo, voltado para o público infantil.
Quatro anos após a morte de Monteiro Lobato, Júlio e Tatiana foram convidados por diretores da TV Tupi de São Paulo, para levar suas peças para a televisão.
Primeiro fizeram um pequeno programa chamado Fábulas Animadas.
Depois a Tupi pediu um programa num formato maior e imediatamente Júlio e Tatiana decidiram que tinha de ser uma adaptação de O Sítio do Pica-Pau Amarelo, a obra do amigo Monteiro Lobato. Foi um sucesso!
Nascia assim a primeira adaptação do Sítio do Pica-Pau Amarelo para a televisão, que misturou artistas profissionais e amadores, filhos de amigos do casal.
Na TV, o Sítio recebeu o formato de teleteatro seriado ou “novelinha”, mesmo contra a vontade de Júlio e Tatiana, que sempre repudiaram a classificação do programa como “novelinha”, por entenderem que esse gênero era desprovido de valores cultural e educativo.
Nessa primeira adaptação para a TV, as histórias do Sítio do Pica-pau Amarelo apresentavam valores e questionamentos que não estão presentes na obra original.
Também foi impossível reproduzir na tela, em primeiro lugar, as descrições de Lobato da abundante fauna e flora do sudeste brasileiro, descrita pelo autor na casa do sítio.
Referências visuais a esses elementos que compõem as descrições de Lobato em seus livros, tiveram que ser improvisadas, substituídas ou suprimidas, para atender as precárias condições de um estúdio de TV daquela época. O cenário consistia somente de uma varanda onde tudo acontecia.
Por exemplo, uma parede com um cenário pintado substituía a floresta, onde Pedrinho encontrou proteção quando perseguido por uma onça. Grama e arbustos retirados de um terreno baldio próximo ao estúdio representavam o jardim e o pomar do Sítio descrito por Lobato. Ao fundo, um cenário de montanhas pintadas num grande painel, colocado atrás da varanda de cenário produzida para o programa, tentava dar uma aparência de cena externa.
Os episódios sempre começavam com Júlio Gouveia abrindo um livro para contar uma história. Júlio encerrava cada episódio fechando o Livro e dizendo a frase: “Entrou por uma porta, saiu pela outra, e quem quiser que conte outra!”
Assim, o Sítio se tornou um grande sucesso, atraindo patrocinadores e transformando a série no primeiro programa a utilizar a técnicas do merchandising na TV brasileira.
As histórias não tinham interrupção para o intervalo comercial, porque Júlio como psicólogo e educador, achava inadequado contar uma boa história e interromper na melhor parte para promover um produto qualquer.
Por isso, durante os diálogos ou cenas com os atores fixos, eram introduzidas divulgações de produtos como Vitaminas, Bolos, Biotônico Fontoura e Kibon. Assim o programa durou 13 anos.
Júlio Gouveia morreu em 1989, aos 75 anos, vítima de um infarto agudo.
Tatiana Belinky nos deixou em 2013, aos 94 anos de idade.
O casal sempre reconheceu a importância de Lobato, como o precursor da literatura infantil, destacando o fato dele entender que criança não é bichinho de estimação, que criança é gente e gente muito inteligente, muito digna de respeito, com muito senso de humor.
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REFERÊNCIAS:
https://www.extraclasse.org.br/geral/2010/07/crianca-nao-e-bicho-de-estimacao/