TRADUZINDO REINAÇÕES DE NARIZINHO

TRADUZINDO REINAÇÕES DE NARIZINHO

Na segunda mesa-redonda do primeiro dia de evento, na sexta-feira (4), Cleo Monteiro Lobato recebeu as professoras de tradução e tradutoras Vanete Santana-Dezmann e Letícia Goellner e o aluno do curso de tradução da Universidade Johannes Gutenberg (Alemanha) Silvano Loureiro Pinto para falar sobre as traduções e adaptações de "Reinações de Narizinho" para outras línguas.

Vanete Santana-Dezmann começou o encontro apresentando seu projeto de tradução dos três primeiros capítulos da obra de Lobato ('Narizinho Arrebitado', 'Sítio do Picapau Amarelo' e 'O Marquês de Rabicó') para o alemão na Universidade de Mainz.  Letícia Goellner, por sua vez, contou sobre como foi o concurso de que participou na PUC do Chile, vencido por seu projeto que levou Lobato traduzido (e contextualizado através de ensaios críticos) para o país, por meio dos capítulos 'Narizinho Arrebitado' e 'Sítio do Picapau Amarelo'.

Cleo, que também traduziu 'Narizinho Arrebitado', aproveitou para relatar sua experiência e expor as principais dificuldades, que foram além da questão da língua, envolvendo também o direcionamento do público e a estrutura da obra.

Natural de Portugal, Silvano revelou que seu primeiro contato com Lobato foi por meio do projeto. Vanete revelou que conheceu a obra lobatiana pela televisão. Já Letícia contou que Lobato sempre esteve presente em sua vida, uma vez que ela é nascida em Taubaté.

Em seguida, as convidadas discutiram sobre os processos de tradução da obra do autor e suas particularidades, como a adaptação da linguagem caipira, por exemplo, ao alemão e ao espanhol, além da adaptação de títulos e nomes de personagens. Em alguns países latinos-americanos, por exemplo, 'picapau' virou 'bem-te-vi'. Cleo aproveitou para comentar sobre a escolha da palavra 'ranch' para 'sítio' em seu título traduzido, já Leticia comentou sobre as diversas possibilidades para esta mesma palavra (rancho, quinta, finca, parcela etc), considerando as muitas variantes do espanhol e Silvano falou da experiência para o alemão. Vanete contou, ainda, como aconteceu a formação e reunião de estudantes para seu projeto, que também venceu um concurso promovido por sua universidade.

O encontro também teve participação dos espectadores, que quiseram saber, entre diversas coisas, sobre como foi lidar com palavras aglutinadas, expressões e nomes de frutas tropicais, como a jaboticaba. Silvano contou ter recorrido às espécies da botânica para encontrar a fruta mais próxima a ser associada, que foi, no caso do alemão, um tipo especial de cereja, Letícia optou pela estratégia de manutenção da palavra estrangeira "jabuticaba" para que o leitor chileno tivesse a experiência de viajar até o universo brasileiro.

Assista: https://www.youtube.com/watch?v=KZCbmfkjacs&t=128s

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