3 DICAS DE LIVROS DE MONTEIRO LOBATO, O PAI DA LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA.

  1. Não tem jeito de falar de livros infantis e não lembrar do grande escritor Monteiro Lobato. São tantos personagens marcantes, cujas histórias embalaram a nossa infância e juventude e na vida adulta nos convidam a voltar no tempo e ser criança de novo.

    No dia Nacional do Livro Infantil, selecionamos algumas obras que vocês podem encontrar facilmente para aproveitar uma leitura de qualidade e viajar junto da turminha do nosso amado Sítio do Picapau Amarelo.

    Então, vamos lá?

    1. A Pescaria

    O tempo das jabuticabas já tinha passado, mas Narizinho foi até o pé ver se ainda conseguia apanhar algumas. Como as jabuticabas tinham acabado de vez, resolveu ocupar o tempo com outra coisa: ensinar Emília a pescar. Sem muito esforço, convenceu Tia Nastácia a parar o serviço de casa e ajudá-la a transformar um alfinete em anzol. Também puxaram um pedaço de linha da barra da saia da menina e improvisaram uma varinha com um pedaço de galho.

     

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    1. As aventuras de Hans Staden

    Completa o volume a narrativa feita por dona Benta das celebres Aventuras de Hans Staden. Este aventureiro alemão veio ao Brasil em 1559 e esteve nove meses prisioneiro dos tupinambás, a assistir cenas de antropofagia e à espera de ser devorado de um momento para outro. Mas salva-se. Volta para a Alemanha e lá publica o seu livro: o primeiro que aparece com cenário brasileiro e um dos mais pungentes e vivos de todas as literaturas. – Volume com 144 páginas.

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    1. Fábulas

     Neste livro Monteiro Lobato reescreve as velhas fábulas de Esopo e La Fontaine, mas de modo comentado. A novidade do livro está justamente nestes comentários, em que as fábulas são criticadas com a maior independência – e Emília chega a ponto de "querer linchar" uma delas, cuja lição de moral pareceu-lhe muito cruel. Um livro encantador, em que o gênio dos velhos fabulistas é singularmente realçado pelos diálogos entre os meninos, que a inventiva de Monteiro Lobato vai criando com a maior agudeza e frescura (1922).

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    E aí, qual desses você gostaria de ler no Dia Nacional do Livro Infantil? Esperamos que vocês aproveitem esse dia lendo sem moderação! Até a próxima.

Se você chegou aqui competou a 7 etapa, parabéns!
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Fique ligado que logo teremos mais dicas…

ETAPA ENCERRADA

DE VOLTA AO SÍTIO – VI – JUCA

De volta ao Sítio

Por Décio Diniz 

 

VI – Juca

– Pois bem, senhor Escritor de cartas, temos que arrumar algumas coisinhas no que diz respeito a sua pessoa.

– O que você vai aprontar, Emília?

– Vou consertar meu visitante para que ele fique no ponto para entrar para nossa turma. Não é isso que ele quer?

– Consertar, Emília? Que estória é essa? E desde quando ele é seu visitante?

– Meu visitante porque eu vou deixá-lo no ponto para que esta visita dê certo. E vou consertar, sim. Com uma mexidinha aqui, outra acertadinha ali, este sítio vai ser visitadíssimo por ele.

– E o que você quer consertar em mim, Emília?

– Precisamos começar pelo seu nome.

– O que tem de errado nele?

– De errado nada. Mas precisamos de um apelido para você. Ninguém chama o Pedrinho de Pedro ou a Narizinho de Lúcia.

Emília fez cara de quem procurava um apelido em sua cabecinha. Olhou para "seu" visitante, franziu a testa, bateu o pé.

– Acho que dona Emília não está muito inspirada hoje – comentou o Visconde, com ares de deboche.

– Juca!

– Juca?

– Juca. Ju-ca. Juu-Caa. Ele tem cara de Juca.

– Por que Juca, Emília?

– Olhe bem, Pedrinho. Ele não te lembra alguém?

– Essas sobrancelhas…

– Isso mesmo! Ele é a cara do Monteiro Lobato. E o apelido dele quando criança era Juca.

Ficou assim resolvido. O "visitante da Emília" de agora em diante era Juca.

– Agora só falta uma coisa. Fechem os olhos todos.

Quando todos obedeceram, Emília cochichou ao ouvido de Juca: "Faz-de-conta que você ainda é criança!"

– Prontíssimo! Podem abrir os olhos.

Todos ficaram surpresos com a ideia da Emília. Juca era agora um garoto, assim, da idade do Pedrinho.

– Viva! Viva o Juca criança!

Juca olhava para si mesmo, numa mistura de susto com alegria.

– O que dona Benta vai dizer disso? – perguntou o Visconde.

– Vai dizer o que sempre diz: "Meu Deus, e eu que pensei que já tinha visto de tudo neste sítio!" E depois vai se derreter de amor ao perceber que ganhou um novo neto. Mas isso fica pra depois. Agora vamos continuar mostrando o sítio para o Juca.

Emília agarrou a mão de Juca e saiu correndo para o pomar.

– Vamos, Juca! Vou te mostrar o ribeirão.

Narizinho e Pedrinho correram atrás.

– Essa Emília não muda nunca. Se apoderou do anjinho, do Quindim, e agora do nosso novo amigo.

– Pode deixar, Narizinho. Vou ensinar o Juca a como lidar com essa bonequinha que se acha a dona do mundo.

E o Visconde correndo atrás deles:

– Ei! Esperem por mim…

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DE VOLTA AO SÍTIO – V – A CHEGADA

De Volta ao Sítio

Por Décio Diniz

V – A Chegada

Tia Nastácia sempre era a primeira a se levantar. O ar fresco da manhã, antes do sol começar a aquecer o dia, lhe era muito reconfortante. Saía para o quintal e sentia o frescor das folhas molhadas pelo orvalho. Depois, na cozinha, começava a encher a casa com aquele aroma delicioso de café.

– Bom dia, tia Nastácia!

– Bom dia, Emília! De pé, já tão cedo? O que a bonequinha vai aprontá hoje?

– Ora! Hoje vamos receber o visitante misterioso de dona Benta.

– Hoje? Mas a sinhá nem respondeu a carta ainda.

– Eu respondi. Detesto esta estória de ter que esperar. Faz-de-conta que o ilustríssimo senhor Visitante recebeu minha resposta e já está de malas prontas. Daqui a pouco, depois do café, estaremos todos na porteira para recebê-lo.

Tia Nastácia às vezes ainda parecia se surpreender com as ideias da Emília. "Ninguém pode mesmo com essa bonequinha", pensou, enquanto tirava os pãezinhos do forno.

Como dizia Narizinho, naquela manhã Emília estava "com a corda toda". Tirou todos da cama, um por um, apressou tia Nastácia para servir o café e logo estavam todos na porteira, liderados pela bonequinha.

– Você tem certeza de que ele chega hoje, Emília?

– Claro, Pedrinho! Confie em mim.

– Por que esse seu interesse tão grande nessa visita, Emília? Depois que eu li a carta, você tomou conta da situação, como se fosse uma de suas reinações.

– Pois não foi ele mesmo quem pediu minha ajuda?

Dona Benta balançou a cabeça, concordando.

Emília olhava para a estrada, apertando seus olhinhos de retrós.

– Vejam! Ele está chegando. Não tem cara de vovô não. Deve ter uns quarenta anos.

O "convidado" de dona Benta trazia uma mochila nas costas, e ao avistá-los na porteira acenou, com um sorriso no rosto.

– Ele está com aquela cara de quem acabou de encontrar algo que procurava há muito tempo – cochichou Emília no ouvido de Pedrinho.

– Tenha modos, Emília!

Dona Benta adiantou-se, cumprimentando o homem que chegava na porteira:

– Bom dia! Seja bem-vindo. Creio que o senhor é quem me escreveu de São Paulo.

– Bom dia, dona Benta! Sou eu mesmo. Mas, por favor, não me chame de senhor. Sempre quis ser seu neto.

– Acho que o senhor não tem idade para ser neto da dona Benta, não.

– Emília!

– Não se preocupe, dona Benta, Emília tem razão. Às vezes penso que ainda tenho a idade do Pedrinho! Sempre quis participar das aventuras com vocês, mas acho que cheguei tarde.

– Também não é assim – lembrou Pedrinho. Tia Nastácia já foi com a gente para a lua, a vovó para a Grécia.

– Isso mesmo, senhor Adulto. Tudo depende de você passar pelo nosso teste.

– Teste? Como assim, Emília?

– O teste da imaginação. E acontece que você já passou. A resposta que lhe mandei foi pelo faz-de-conta, e você fez tudo direitinho como lhe falei.

– Quanto à imaginação, sou igual ao Pedrinho e Peter Pan. Parei de crescer.

– Ótimo! E tenho uma ideia que vai deixá-lo ainda melhor.

Emília pegou a mão do visitante e saiu correndo para o quintal, seguida por Narizinho, Pedrinho e Visconde.